Entrevista de Sergey Karjakin

9 de Abril de 2016 - sábado - escrito por João Lopes. Na foto da esquerda, Sergey Karjakin ( ao meio ), com Shakhriyar Mamedyarov, do Azerbeijão à esquerda  e o russo Evgeny Alekseev, à direita, em 2004 ( foto de Jean- Michele Pechine ). À direita, o russo Peter Svidler ( esquerda ), Sergey Karjakin ( ao meio ) e o campeão mundial, Magnus Carlsen, da Noruega ( à direita ), no Qatar Masters de 2015 ( foto de Amruta Mokal ).

O russo Sergey Karjakin, GM, 2779 de Elo ( 8º do ranking mundial ), que venceu há poucos dias o Torneio de Candidatos, ficando qualificado para discutir o título mundial com o campeão mundial, Magnus Carlsen, GM, da Noruega, num match de 12 partidas, a realizar em Nova Iorque, EUA, em Novembro deste ano. Este jogador desistiu de jogar o Altibox Norway Chess 2016, que começa no dia 18 deste mês, alegando cansaço e necessidade de se preparar para o match mundial. A organização do torneio teve uma forte reação  de desagrado, censurando Sergey Karjakin por quebra de contrato. O russo foi substituído pelo chinês Li Chao, GM, 2755 ( 15º do mundo ). Eis uma entrevista de Sergey Karjakin ao site chessnews.        

Eu não tenho medo de Magnus!
por Sagar Shah
2016/04/09 - No dia 29 de março, um dia após o torneio de candidatos chegar ao fim, o nosso editor Sagar Shah, juntamente com outros dois jornalistas, encontrou-se com Sergey Karjakin, no Four Seasons Hotel, para uma entrevista. O russo quase não dormiu na noite anterior, mas parecia fresco como uma margarida! Nesta entrevista Sergey lança luz sobre o que o ajudou a ganhar o Torneio de Candidatos e como ele não teme Magnus Carlsen. Tudo isso e  muito mais neste Q & A sessão.
 
Entrevista com Sergey Karjakin

Eu entrei no majestoso Four Seasons Hotel às 11 horas, no dia 29 de março de 2016. No dia anterior, o candidato para discutir o próximo match do Campeonato Mundial, havia sido decidido. Sergey Karjakin mergulhou sua torre para D8 e Caruana estendeu a mão em resignação. Isso significava que o russo se tornou oficialmente o Candidato do Campeonato Mundial. "Você vai ter apenas 45 minutos para fazer perguntas a Sergey", disse Alexandra Ionova, que estava administrando as comunicações e relações públicas de Karjakin. Sergey era esperado no salão do Four Seasons Hotel a qualquer minuto. Eu fui acompanhado pelos experientes jornalistas, Leontxo Garcia, IM, do El Pais e Stefan Loeffler, IM do Frankfurter Allgemeine Zeitung. Nós discutimos rapidamente algumas das questões que iríamos perguntar, certificando-nos de que os temas não se iriam sobrepôr.

Logo, um fresco e enérgico homem sorridente, de 26 anos de idade, veio andando para a nossa mesa. "Eu simplesmente não consegui dormir!", Foram as primeiras palavras que ele disse. "Eu tentei ir para a cama às 12 horas, mas eu não conseguia dormir até às três, e então eu acordei às oito e não consegui dormir mais. É simplesmente inacreditável para mim, provavelmente muita excitação "O super grande mestre sentou-se e os três jornalistas, Mestres Internacionais, começaram a entrevista que iria abordar o Torneio de Candidatos, preparação, vida pessoal, interesses e o mais importante: Magnus Carlsen!

Sergey Karjakin (SK) sendo entrevistado por Sagar Shah (SS), Leontxo Garcia (LG) e Stefan Loeffler (SL)

Sergey Karjakin: Eu estava dormindo bem durante o torneio, mas eu não descansei o suficiente antes da última ronda. Naquela noite eu dormi durante oito horas. Mas ontem, depois de vencer, era apenas cinco! Isso nunca aconteceu para mim, ter dormido tão pouco!

SL: Apesar de oito horas de sono antes de seu jogo com Caruana, você sentiu que não dormiu muito bem. Por que você diz isso?
SK: Geralmente quando eu jogo um torneio normal - um evento não tão excitante e importante como este, no momento em que vou para a cama, eu caio no sono. Mas naquela noite não foi tão suave!

SS: Foi uma situação complicada para você na última ronda. Muito dependia do resultado de Anand. Como você abordou este jogo final?
SK: Eu pensei que era importante apenas para jogar xadrez - porque se ele estava tentando ganhar, ele  teria que fazer isso com  pretas. Eu poderia colocar pressão sobre ele com as peças brancas. Se ele defendesse bem, seria um empate, mas se ele estivesse sobrecarregado, eu teria as minhas chances!

SL: Você foi o jogador que fez uso de todas as oportunidades que teve neste torneio, enquanto outros semantiveram ausentes. Por que era esse o caso?
SK: Eu não sei. Eu fiz uso de todas as minhas chances, conseguindo empate em quase todas as más posições que tive e vencendo em todas as melhores posições . Eu acho que a psicologia desempenha um papel importante nestes torneios. Olhe para Levon Aronian. Toda vez que ele joga o Torneio de Candidatos, ele começa bem, e em algum lugar, próximo do final, ele começa a sentir a pressão, sendo difícil para ele continuar.

LG: Você mostrou-se estar muito forte psicologicamente . Isso significa que você não precisa de um psicólogo para a sua preparação mental?
SK: Meus segundos são os meus psicólogos e eles me ajudam o tempo todo.

Sergey tirar uma foto de seu segundo Vladimir Potkin, que estava parado em frente ao hotel

SS: Se você tivesse que escolher o seu jogo favorito do Torneio de Candidatos de 2016, qual seria ?
SK: Eu escolheria o jogo contra Anand. Eu nunca o tinha vencido antes desse jogo, e depois de o vencer, eu senti realmente que tinha chance de ganhar este torneio.

Antes deste jogo, Anand e Karjakin tinham jogado um contra o outro 26 vezes em formatos diferentes do jogo - Blitz, Clássico, Rápido. Houve oito resultados decisivos, todos em favor de Vishy Anand. Naturalmente, o  indiano tinha uma vantagem psicológica diante do jovem russo. 

SL A ideia de jogar Dc2 seguido de h4, contra Anand, foi preparação de casa ou inspiração no tabuleiro?

SK. Foi preparação. Eu queria jogar algo agressivo, mas ao mesmo tempo não teórico, já que Anand é um grande especialista em teoria. A ideia de Dc2 seguido de h4, foi sugerida pelo meu segundo, Vladimir Potkin.

SS Você jogou a mesma linha da Índia de Dama, de pretas, em quatro jogos. Jogar a mesma abertura foi uma decisão consciente antes do torneio ?

SK. Eu realmente preparei algumas linhas, mas de algum modo, estava confiante com esta linha da Índia de Dama e eu pensei que a iria jogar e defender esta abertura.

Dubai - Campo de treino e segundos

SL. Você obviamente fez algo certo nos últimos meses. O que fez especificamente para estar em forma no Torneio de Candidatos.

SK. Antes do torneio tive sessões de treino no Dubai com os meus treinadores. Nós nos divertimos muito - jogámos voleibol na praia. Nós nos prepáramos mais a nível físico do que a analisar xadrez ! A razão porque escolhemos o Dubai, era porque queríamos um hotel onde tudo estivesse incluído ( a possibilidade de trabalhar em  xadrez e a nível físico ). Nós encontrámos alguns hotéis no Dubai e nas Maldivas. Mas nesta última era mais caro e não vimos razão para gastar tanto. e como não havia possibilidade de ir ao Egipto, decidimos ir para o Dubai.

SS. Estava planeado dedicar mais tempo à atividade física do que a trabalhar no xadrez ?

SK. Quando me sentava no quarto e via o sol a brilhar, não conseguia ficar sentado. Eu tinha de ir para as ruas ou para a praia. E então ao fim da tarde nós treinávamos xadrez ! ( Sorrisos ).

The friendship goes all the way back to 2004! Sergey Karjakin (centre) with
Shakhriyar Mamedyarov (left) and Evgeny Alekseev [photo by Jean-Michele Pechine]

SS: Quem eram as pessoas que estavam consigo no campo de treino no Dubai?
SK: Tivemos Alexander Motylev, Yuri Dokhoian, Vladimir Potkin e Shakhriyar Mamedyarov. Eu joguei muitos jogos de blitz com Shakhriyar e foi divertido. Nós também resolvemos alguns estudos de problemas. Mamedyarov é um grande especialista em resolver problemas e quando ele está tentando obter a resposta mais rápido do que você, você também tem muita motivação para melhorar a sua velocidade. De certa forma ele era um parceiro de treino perfeito para mim. Também o seu estilo empreendedor de xadrez passou para mim e eu joguei alguns movimentos ousados ​​neste torneio!

SL: Você tinha uma grande equipa para o Torneio de candidatos. Deve ter sido muito caro, certo?
SK: Sim, sem os patrocinadores não teria sido possível, por isso os maiores agradecimentos a eles. Eu não teria sido capaz de construir uma equipa como esta e com certeza não teríamos sido capazes de ir para Dubai, e provavelmente eu não teria tido tanta energia como tive durante o torneio. Poderia ter sido uma história completamente diferente.

SL: Vladimir Kramnik é um jogador com grande experiência. Você já trabalhou com ele no passado?
SK: Sim, temos trabalhado no passado. Eu o ajudei em Kazan em 2011. Temos um bom relacionamento. Ele foi um dos primeiros a telefonar -me depois da minha vitória e ele me disse ontem que esta noite  posso beber, mas a partir de amanhã  tenho que começar a preparar-me ! [Risos]

SL: Então você seguiu o seu conselho?
SK: Sim, um pouco! Primeiro eu bebi uma taça de champanhe e, em seguida, um pouco de vinho branco!

SL: Seria bom ter Kramnik na equipa, certo?
SK: Sim, eu estou pensando sobre isso, mas ainda não tomei nenhuma decisão, então não posso comentar sobre isso.

Magnus Carlsen
LG: Você conquistou o título de GM mais cedo do que Magnus, mas a sua progressão tem sido mais lenta. Por quê?
SK: Bem, eu acho que isso tem muito a ver com os patrocinadores e apoio. Eu estava na famosa escola Kramatorsk, na Ucrânia, desde a idade de nove até aos doze anos. Aos doze anos e sete meses eu me tornei um grande mestre. Mas a partir de então até a idade de dezanove anos, eu não tive nenhum patrocinador. Eu estava vivendo na Criméia, que era ucraniana na altura, em seguida, e eu não obtive qualquer tipo de apoio. Magnus, por outro lado, tinha todo o apoio. Então, ele tinha uma grande vantagem. Então me mudei para a Rússia e não só tive apoio na forma de patrocinadores, mas também de fortes treinadores como Dokhoian e Motylev, que estavam aqui comigo.

LG: Quais são as principais diferenças entre você e Magnus Carlsen, tecnicamente e caráter sábio?
SK: Magnus é um grande jogador. Ele tem muitas habilidades fortes. Ele é um brilhante jogador técnico. Além disso ele luta muito bem para ter iniciativa . Ele vê excelentes táticas . Assim, ele não tem muitos pontos fracos. Mas ainda assim, ele é um ser humano, não um computador, e ele também, por vezes, comete erros e perde. Então eu vou estudar árduamente seus jogos  e tentar encontrar, se puder, quaisquer deficiências.

SL: Como o estilo de Magnus o influencia?
SK: Eu não penso muito sobre isso. Mas sempre que eu jogo contra um jogador forte, seja Magnus ou qualquer outra , eu tento aprender com ele. Porque eu acho que ainda posso melhorar como jogador. Por exemplo, Pavel Eljanov disse que eu joguei muito melhor no Torneio de Candidatos do que na World Cup de 2015.

SS: Mas ele também disse que isso não é suficiente para Magnus Carlsen?
SK: Sim, ele disse isso. Mas eu acredito que posso melhorar, e eu não vejo por que não deveria ficar melhor. Vou organizar alguns campos de treino com meus treinadores e vamos estudar os seus jogos e trabalhar duro! [Sorri]

SL: Recentemente você também desempenhou uma abertura típica Magnus com d4 seguido de Bf4. Você estava imitando ele?
SK: Eu joguei, mas principalmente estava tentando ampliar meu repertório. Alguns anos atrás eu jogava apenas 1.e4. Agora, eu quero tentar diferentes configurações. 1.e4 é uma boa jogada, mas eu estou tentando obter mais conhecimento, mais idéias. Se você quer se tornar o melhor, então você tem que saber todas as configurações e teoria de abertura. Isso é o que eu penso.

SS: Se você tivesse que escolher o seu jogo favorito de clássicas contra Magnus qual deles escolheria?
SK: É definitivamente aquele que eu lhe ganhei com pretas, em 2012, em Wijk Aan Zee. Foi Índia de Dama e um bom jogo. Mas eu entendo que foi apenas um jogo e eu preciso trabalhar árduamente para obter novamente esses resultados.

SS: Daniil Dubov, um forte grande mestre russo, disse que você tem chances contra Magnus, porque não tem medo dele. Isso é verdade?
SK: Sim, eu não tenho medo dele. Eu gostaria de me concentrar no xadrez. Como disse Bobby Fischer: "Eu jogo contra as peças e não meus adversários."

SL: Jonathon Rowson twittou, "Você é um forte e sólido jogador, mas não há absolutamente nada que você possa fazer que Magnus não pode." Existe algo em que você seja melhor do que Magnus?
SK: É muito cedo para pensar sobre isso. Acabei de terminar o Torneio de Candidatos. Quero comemorar, descansar um pouco, e depois pensar mais profundamente sobre isso.

SL: Como é a sua relação com a Magnus?
SK: Não tenho absolutamente nenhum problema com ele. Depois de ganhar a Copa do Mundo, ele felicitou-me pelo Skype. Podemos não ser os melhores amigos, mas nós estamos em contato um com o outro. Nós falamos no Skype se temos algum tema interessante, mas, principalmente, nossas discussões acontecem após o jogo, quando estamos a jogar no mesmo torneio.

LG: Magnus gosta de jogar sistemas off-beat. Seria um problema para você se preparar contra ele?
SK: Se você olhar para os meus jogos no Torneio de Candidatos é claro que eu estava tentando surpreender meus adversários nas aberturas. Então eu acho que no match, nós dois vamos tentar surpreender um ao outro.

SL: O Match do Campeonato Mundial foi anunciado que terá lugar na cidade de Nova Iorque. Mas, ao mesmo tempo, é mais fácil encontrar patrocinadores e maior prémio em dinheiro na Rússia e também ter muito mais atenção da mídia. Você estaria interessado numa mudança de local?
SK: Estou certo de que é possível encontrar algum dinheiro na  Rússia. Mas isto não é apenas sobre mim. É a FIDE quem decide onde se realiza o match. Se, por exemplo, eles dissessem que era possível procurar algo mais na Rússia, então ótimo, caso contrário, eu estou bem com New York.

LG: Você sente a pressão de jogar na Rússia?
SK: Como você viu neste torneio, eu gosto dessa pressão, porque eu tenho muitos apoios e amigos que vieram aqui para me visitar e apoiar. Pode ser  um pouco difícil psicologicamente  jogar em Nova York, mas eu gostaria de me concentrar no xadrez e não pensar muito sobre isso.

Tópicos gerais.
LG: No ano de 2009, você teve várias mudanças dramáticas simultâneas na sua vida : nacionalidade, residência, casar-se , novo treinador. Isso fê-lo ficar afetado psicologicamente?
SK: Sim, provavelmente. Mas depois de viver alguns anos em Moscovo, já estou me sentindo bem. Agora eu tenho duas casas, uma em Moscovo e outra na Crimeia.

LG: A Rússia é um das maiores nações de xadrez do mundo. O interesse de conseguir um Campeão do Mundo russo é muito alto. Até mesmo o presidente Putin está pessoalmente interessado nisso. Será que colocam muito peso nos seus ombros?
SK: Na verdade, quando não havia pressão, foi pior para mim! Era uma situação altamente desagradável quando eu não tinha absolutamente nenhum apoio. No entanto, com o tipo de suporte que tenho neste momento, a pressão não é de todo um problema ! Eu sinto algum tipo de obrigação, mas eu gosto muito desse  sentimento!

LG: Você estava na Crimeia e agora está em Moscovo. Você é a pessoa perfeita para pedir uma opinião sobre a tensão política entre a Rússia ea Ucrânia. Qual é sua opinião?
SK: Eu não gostaria de falar sobre qualquer política no momento, mas gostaria de dizer que apoio o meu país e o presidente [Putin] e o que ele faz está correto.

LG: Eu lembro-me de você na Olímpiada de Calvia em 2004, você estava especificamente interessado em obter  um crachá que lhe permitiria ir para a Olimpíada das mulheres!
SK: Claro, eu tinha quatorze anos! (risos)

LG : O que você acha de haver apenas uma mulher nos 100 melhores jogadores do mundo?
SK: Eu acho que Hou Yifan é um grande jogadora. Eu recebi ontem os seus parabéns. Ela é extremamente forte e joga muito bem contra os adversários masculinos. Quando joguei este ano contra ela em Wijk Aan Zee,  eu realmente não senti que eu estava enfrentando uma mulher. Ela tem um nível muito alto. Mas eu não sei porque ela é a única no top 100. Poderá ser devido a uma variedade de razões, mas eu não sei as exatas.

LG: Quais são os seus outros interesses na vida?
SK: Antes de tudo, é a família, em seguida vem os amigos. Por exemplo, amanhã vamos para o Banya russo (Sauna), que é realmente um dos mais famosos de Moscovo. Vamos ter um pouco de comida lá, por isso vai ser uma espécie de festa.

LG: Você segue outros esportes?
SK: Sim, eu sigo e apoio quase todos os desportistas russos em diferentes campos.

SL: Atualmente o desporto russo está nalgum tipo de crise - os atletas são marginalizados, os escândalos de doping. Você é um dos poucos desportistas que pode fazer algo positivo para a Rússia. Qual é a sua opinião sobre isso?
SK: É claro, foi muito desagradável e eu estava muito decepcionado quando todos esses escândalos vieram à luz. Mas eu estou com os nossos desportistas, Sharapova e os outros. Eles têm todo o meu apoio. As questões de doping vieram à luz no primeiro dia de Janeiro deste ano. Antes todas essas substâncias estavam bem. Isto significa que os jogadores estavam mal informados. Se eles soubessem não teriam feito isso.

LG: Para jogar o Campeonato Mundial de Match você terá que passar pelo teste de doping. A lista de substâncias dopantes para jogadores de xadrez é a mesma que a dos outros desportos. Você acha que isso deve ser alterado, a fim de obter uma lista específica apenas para o xadrez?
SK: Eu não sabia que teria de me submeter a um teste de doping. Eu não sou um grande especialista sobre este assunto, mas eu acho que o maior perigo no xadrez, é mais sobre fazer batota do que sobre doping.

SL: Sua programação para os próximos doze meses envolve muita preparação. Você está comprometido a jogar na Noruega e depois disso há a Olimpíada, alguma opinião sobre isso?
SK: É melhor perguntar ao nosso capitão sobre a Olimpíada. Se ele diz que eu tenho que jogar, então eu não tenho nenhum problema com isso, porque eu sempre gosto de jogar pela Rússia.

SS: Como mudou a sua vida desde o casamento com Galiya e do nascimento de seu filho?
SK: Provavelmente não mudou muito depois do meu casamento, mas após o nascimento do meu filho mudou um pouco. Agora eu não tenho tanto tempo como antes e também Galiya está sempre ocupada. Ela normalmente estaria comigo no torneio, mas agora ela tem que cuidar do pequeno. A última vez que os vi foi no dia de descanso após a nona jornada, quando fui à casa.

SS: Você teve que se preparar árduamente para o Torneio de Candidatos e, ao mesmo tempo, teve o seu filho com quem você gostaria de passar o tempo. Como é que vai gerir os dois?
SK: Eu tenho feito isso até agora e eu acho que  posso também  fazer isso no futuro. Talvez eu  tenha que escolher algum país, com clima quente como Dubai ou algo similar. Eu certamente irei encontrar tempo para aminha família e equilibrar os dois papéis.

LG: É a sua vida apenas à volta do xadrez ou é muito mais do que isso?
SK: É definitivamente muito mais do que o xadrez. Quando você tem uma esposa e um bebê, você sempre tem que pensar onde conseguir dinheiro para a minha família! (risos)

LG: Muito obrigado Sergey pelo seu tempo e tenha hoje uma grande noite!