Depois de Yifan Hou recuperar o título de Campeã do Mundo Feminina ao vencer por 6-3, o match do Campeonato do Mundo, em Lviv, na Ucrânia, contra Mariya Muzychuk,a nova e a velha campeã do mundo, ela teve tempo para uma entrevista com o jornalista alemão de xadrez, Dagobert Kohlmeyer - embora a grande mestre chinesa sofresse de um resfriado persistente e tivesse uma agenda lotada.

Campeã Mundial Feminina Yifan Hou.

 

Parabéns por vencer de forma convincente o match do Campeonato do Mundo Feminino em Lviv: Você ganhou 6-3 sem perder um único jogo. Você esperava um resultado tão claro ?

 

Claro, quando vim para Lviv eu estava confiante, mas eu ainda estou muito feliz porque o match terminou com sucesso e eu ganhei o título de volta. Foi um match difícil porque eu tive que lidar com muitas "questões exteriores", antes  e durante o match. Ainda assim, estou satisfeito com o resultado do match, no entanto, menos de um ponto de vista técnico, mas principalmente porque estas questões não influenciaram o meu jogo negativamente.

 

Como você se sente depois de ganhar o título pela quarta vez?

 

Estou satisfeito com o meu jogo no match, mas não posso dizer que tive apenas sentimentos positivos  - afinal, para mim, o atual formato do Campeonato do Mundo Feminino parece ser um sistema injusto. E eu acredito que não sou a única que pensa assim. Seria bom se o atual sistema fosse alterado para um formato mais razoável. Estou certa de que, um "real" Campeonato do Mundo " iria atrair muito mais atenção.

Na verdade, no mês passado eu fiz oficialmente uma proposta à FIDE para alterar o formato do Campeonato do Mundo Feminino. Sugeri três alternativas razoáveis, mas a resposta que eu recebi, parece-me indicar que a proposta não foi aceite. A principal razão para a FIDE querer manter o actual sistema é o fato de que é mais fácil encontrar patrocinadores se você chamar o torneio de knock-out "do World Championship". Se você chamar de "World Cup" seria extremamente difícil encontrar patrocinadores.

 

Quanto tempo você se preparou para o match contra Mariya Muzychuk?

 

Inicialmente, o match era para ter lugar em Outubro de 2015, mas, em seguida, foi remarcado para Março de 2016. Mas desde que a minha agenda de torneios foi organizada antes, foi anunciado que a data do match do Campeonato do Mundo seria mudada de Outubro para Março, eu só começei a sério a preparação para o match, no meio de Fevereiro, depois de jogar um evento no Chile.

 

Foto de um dos jogos do match ,Yifan Hou contra Mariya Muzychuk.

 

Você trabalhou em conjunto com Vladimir Chuchelov, que também a ajudou a se preparar para o match?

 

A nossa cooperação para o match não foi a primeira vez que trabalhámos juntos. Estou muito feliz também que eu tenha absorvido  conhecimentos de diferentes grandes mestres fortes como ele, abrindo os meus horizontes e  ajudando-me  a compreender melhor o xadrez. Foto de Yifan Hou com Vladimir Chuchelov.

 

 

Quais são seus planos para este ano: Você quer terminar seus estudos ou você quer se concentrar em xadrez?

 

Eu vou formar-me neste Verão, e portanto, é hora de trabalhar a sério na minha tese de graduação  - o tempo passae depressa. Esta foi outra razão pela qual  jogar o  Campeonato Mundial em Março não foi ideal para mim. Eu tinha que cuidar de uma série de coisas para preparar a minha formatura. Mas eu simplesmente tentei dar o meu melhor.

Entretanto eu também participei em alguns torneios e num par de torneios fortes. Espero ter mais oportunidades para jogar este ano contra  jogadores de topo. Após a minha formatura com certeza vou focar-me mais em xadrez.

 

Em 2015 você jogou no forte torneio Sparkassen Chess Meeting em Dortmund. Você gostaria de jogar lá de novo?

 

É claro! Foi uma grande experiência, embora  eu não jogasse particularmente bem .. No entanto, seria ótimo se eu pudesse ser convidada novamente. Foto de Yifan Hou a ser coroada como campeã mundial, pela árbitra Carel Jarecki, com o grego Georgios Makropoulous, Deputy President da FIDE, a assistir. As fotos são de Vitaly Hrabar, do site deste match em Lviv, na Ucrânia.